Debate irá discutir o que isso de fato acarretou para a história dos negros no Brasil e abrirá espaço para homenagem ao mestre capoeirista, Rafael Oliveira, vítima dos deslizamentos ocorridos no início de março

O dia 13 de maio de 1888 marca a sanção da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, oficialmente Lei Imperial n.º 3.353, que foi um diploma legal que extinguiu a escravidão no Brasil. É a ocasião que faz emergir inúmeras discussões, uma data para refletir sobre o contraste entre oportunidades e as condições dos negros no Brasil. Por isso, o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, por meio da Secretaria Municipal de Relações Sociais, realizou, na quinta-feira (14), uma live abordando o assunto.

Durante a transmissão, foi discutido o que a questão acarretou para a história dos negros e feita uma reflexão questionando por que o dia 13 de maio é uma data que não deve ser comemorada pela população brasileira. A live contou ainda com uma homenagem ao mestre capoeirista Rafael Oliveira, uma das vítimas fatais dos deslizamentos dos morros atingidos pela forte tempestade no início de março, que também era Assessor de Políticas para Juventude da Seres.

O 13 de Maio é considerado, por eles, como um dia de luta contra o racismo, exatamente para chamar a atenção da sociedade, mostrando que a abolição da escravatura não garantiu condições reais de participação na sociedade para a população negra no Brasil.

“A data não é comemorada pela comunidade e a razão disso é o tratamento dispensado aos que se tornaram ex-escravos no País. Naquele momento, faltou criar condições para que a população negra pudesse ter um tipo de inserção mais digna na sociedade”, explica o assessor da Seres.

“Ainda estamos tentando recuperar a forma traumática como essa abolição aconteceu, deixando a população negra à sua própria sorte. Como os negros partiram de um patamar muito baixo, teremos que acelerar esse processo com ações afirmativas, para que possamos sentir uma diminuição mais significativa das desigualdades”, afirma.