Dos 539 casos confirmados da covid-19 na Cidade, 333 são munícipes do sexo feminino; homens, porém, são os que mais morrem

São as mulheres que mais contraem o novo coronavírus em Guarujá: elas representam 333 das 539 confirmações até essa quarta-feira (20), caracterizando 62% das positivações. É o que mostram os dados da Secretaria de Saúde (Sesau), por meio da Vigilância Epidemiológica.

A maioria das confirmações é de mulheres que têm entre 30 e 49 anos: 190 casos. Isso representa 57% do total delas. A prevalência maior da doença em pessoas do sexo feminino, na faixa etária apontada, também é reflexo direto da idade média dos contaminados de ambos os sexos pelo novo coronavírus na Cidade, que está em 42 anos.

De acordo com o titular da Sesau, a maior incidência em munícipes do sexo feminino tem duas explicações convincentes: há mais mulheres do que homens em Guarujá – e no Brasil – e a maior parte dois profissionais em linha de frente na Saúde, portanto, mais expostos ao vírus, são mulheres.

De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, em Guarujá, o total de munícipes do sexo feminino é 149.041 contra 141.711 do masculino, o que totaliza 290.752. No entanto, o próprio órgão estimou que, em 2019, o número de habitantes já tenha ultrapassado a faixa de 320.000, fazendo com que, ainda, proporcionalmente, existam mais mulheres do que homens.

Profissionais da saúde

Em relação aos trabalhadores da Saúde, dos 539 casos positivos de Covid-19 computados em Guarujá confirmados até aqui, 286 atuam na área, constituindo 53% do consolidado.

Mortalidade, porém, é maior entre homens: 53%

Apesar de as mulheres serem maioria no número de contaminações pela doença, são os homens que estão morrendo mais. Dos 45 falecimentos que tiveram como causa principal a infecção pelo novo coronavírus, 24 deles foram vítimas do sexo masculino. Eles representam 53% das mortes.

Os dados têm sido muito semelhantes no Brasil e também em países mundo a fora. Na Coreia do Sul, por exemplo, as mulheres são maioria em número de confirmados: 61%. Já nas mortes, eles também têm mais homens, 54%.

Isso pode ter relação com uma enzima que controla o sistema cardiovascular, de acordo com o um estudo publicado no European Heard Journal, de autoria de um professor de cardiologia. Chamada de ACE2, ela foi encontrada em altos níveis no sangue dos homens e, de acordo com a pesquisa, desenvolve papel fundamental na piora da situação pulmonar dos pacientes.

Há quem acredite, porém, na máxima cultural associada ao brasileiro, de que mulheres se previnem e cuidam mais da saúde. Para não ter dúvidas, vale o que já vem sendo maciçamente divulgado desde o início da pandemia: lave bem as mãos e mantenha o distanciamento social. Se puder, fique em casa.