Só em dois morros da Cidade, deslizaram 153 mil toneladas de sedimentos, o equivalente a 382 dias de coleta de lixo. Com aval da Cetesb, montante está sendo direcionado para uma área no Saco do Funil, região do loteamento Parque da Montanha

O volume de chuvas que caiu sobre Guarujá em apenas 72 horas no início da semana passada é algo sem precedentes nos registros da Cidade: foram 405 mm de chuvas nesse curto espaço de tempo. De acordo com cálculos da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) de Guarujá, isso equivale a 58 bilhões de metros cúbicos de água, duas vezes o volume do reservatório da usina hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior barragem do mundo, que abastece o Brasil e o Paraguai.

Duas das consequências dessa anormalidade foram os deslizamentos em alguns dos 11 morros da Cidade. Só no Morro da Barreira e no da Bela Vista (Macaco), onde ocorreram os principais acidentes, desceu um total de 153 mil toneladas de sedimentos, quase que na totalidade material de origem vegetal, pedras e terra.

Isso equivale a 382 dias de coleta de lixo da cidade, em média, ou seja, mais de um ano do serviço. Os sedimentos estão sendo deslocados dos locais de origem, com autorização da Cetesb.

Descarte provisório

Na manhã desta quinta-feira (12), começou a ser feito o transbordo para uma área provisória de descarte de material inerte na Rua Manoel Alves de Moraes, na Enseada.

Já na parte da tarde, o encaminhamento começou a ser feito para uma área no Saco do Funil, região do loteamento Parque da Montanha, trabalho executado com o apoio de empresa especializada.

“Como se trata de material inerte, o local ambientalmente adequado para a disposição é este. A Cetesb está acompanhando o procedimento, inclusive participando de uma das reuniões do Gabinete de Crise instalado, e deu a anuência”, destaca o secretário municipal de Meio Ambiente de Guarujá. Segundo ele, o caráter de calamidade pública permite a dispensa de licenciamento ambiental, neste caso.