Mais de 30 psicólogos estão distribuídos em diversos locais. Coordenadora do grupo tem experiências em diversas tragédias, como a de Brumadinho, em 2019

Em Guarujá, a ajuda humanitária às famílias atingidas pela tragédia em decorrência das tempestades que acometeram a Cidade no começo da semana passada é crescente. Um dos trabalhos que vêm sendo realizados é o apoio psicológico, reforçado pelos voluntários da ONG SOS Global e da Cruz Vermelha (em parceria com a Universidade Católica de Santos – (Unisantos), que atenderam prontamente solicitação da Prefeitura de Guarujá e começaram a atuar já no dia seguinte após os deslizamentos.

Os órgãos foram acionados pela Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). O grupo é formado por mais de 30 profissionais, sendo, em sua maioria, psicólogos da ONG e Cruz Vermelha, e da Prefeitura (incluindo estudantes de psicologia), além de um bombeiro civil (parceria da escola FATE 13 Treinamento e Assessoria), e também da área de Enfermagem.

Em plantões diários, os profissionais estão divididos entre as comunidades da Barreira do João Guarda, Escola Municipal Professora Dirce Valério e na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Enseada. A equipe já prestou acolhimento no Morro do Macaco, na Escola Estadual Cora Coralina (Vila Edna), na Associação de Capoeira no Morro do Engenho, PAM da Rodoviária e também no cemitério na Vila Júlia.

Estendido

Eles fazem o acolhimento e aplicam técnicas de relaxamento nos profissionais que atuam na linha de frente, também, em trabalho desenvolvido na UPA da Enseada, Bombeiros Militares, Defesa Civil, entre outros pontos. Os psicólogos fazem plantões em locais fixos para acolher a livre demanda, e mantém equipes volantes, que percorrem os locais com maior necessidade ou apontados pela Prefeitura.
Conforme explica a coordenadora do grupo, a psicóloga Sara Cianelli Bittencourt, “estamos no acolhimento às famílias que foram vítimas, diretas ou indiretamente, levantando as necessidades básicas e fazendo os encaminhamentos aos serviços da Prefeitura, com relação às demandas mais complexas”.

Como o grupo conta com profissionais da Região, todos conhecem melhor os trâmites para levar mais recursos humanos próximos. “Por outro lado, por se tratar de casos de soterramento, a dificuldade em encontrar as vítimas, acaba aumentando os níveis de estresse, tensão, cansaço e angústia. Não só com relação às vítimas atingidas, mas também a profissionais que trabalham diariamente nos resgates”, acrescenta Sara.

Experiência
A coordenadora tem experiências de outras tragédias, sendo uma das mais recentes em Brumadinho, em 2019. Sara Bittencourt já atuou também nas tragédias ocorridas em Itaóca (SP) e Cubatão, em 2013; Timor Leste e Indonésia, em 2014; Santana do Mundaú (AL), em 2013/2014/2015/2017; Suzano (SP), em 2019, e Iconha (ES), em 2020.

Ela também é membro da ONG SOS Global; do Núcleo de Intervenções Psicológicas em Emergências (IPE), pelo Instituto de psicologia Quatro Estações; do Laboratório de Estudos e Intervenções sobre o Luto (LELu) da PUC/SP; e professora da Escola FATE para formação de Bombeiro Civil.